terça-feira, 28 de junho de 2011

Hulk e Capitão América: de mocinhos a vilões

Golpe do marketing: traficantes adotam novas estratégias

Lúcia Tavanti

Amarelo, verde, marrom e vermelho. Drogas ganham versões coloridas e nomes de heróis para atraírem seus consumidores.
Considerado pelos médicos, mais letal que o crack, o oxi vem ganhando genéricos.
O Incrível Hulk torna-se hipoteticamente, um gigante verde ao ser consumido, dando um efeito mais duradouro. O Capitão América também.
Para a polícia o oxi colorido é uma forma de o traficante enganar os usuários e aumentar o preço. Consumido por pessoas que não sabem disso, o oxi é um caminho sem volta.
A Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc) do núcleo de Foz do Iguaçu confirma que a droga é recente no estado do Paraná. Duas apreensões foram registradas. A última no início desse mês. Um adolescente de 17 anos sairia da cidade para levar a droga até o Rio de Janeiro. Nova por aqui, porém velha conhecida da região Norte, mais precisamente no Acre, por estar localizado na fronteira entre o Peru e a Bolívia, os maiores produtores de coca do mundo.
A droga poderosa, seja ela que cor encontrada, é resultado de uma mistura do resto do refino das folhas de coca, ácido sulfúrico, querosene ou gasolina. É o lixo do lixo.
A diferenciação de uma droga ou outra pode ser feita através da fumaça. O crack deixa cinzas, enquanto o oxi libera uma substância oleosa.
Substancias essas que quando exaladas, são rapidamente absorvidas pelos pulmões e enviadas para o coração, através do sistema circulatório.
Do coração segue ao cérebro em menos de dez segundos, atingindo rapidamente o sistema nervoso central e aumentando a concentração de dopamina, que dá ao corpo a sensação de prazer.
O efeito dessa sensação? Cerca de quatro minutos, enquanto o corpo é corroído.
Esse curto prazer pode provocar derrame, perda de memória, aumenta os riscos de hipertensão e infarto, leva a vômitos e diarréia.
A realidade assusta. São homens, mulheres, adolescentes, prisioneiros de suas próprias sombras a andarem sem rumo.
Ainda há muitos questionamentos sobre o Oxi. Saber é o primeiro passo de uma longa batalha contra a nova droga.
“Não é uma guerra que se ganha reprimindo, é uma guerra que se ganha principalmente informando e prevenindo” ressalta o delegado Emerson Antonio Rodrigues da Polícia Federal.

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