quinta-feira, 5 de maio de 2011

HOMENAGEM ÀS MÃES

O texto a seguir de autoria da acadêmica do curso de Jornalismo Lúcia Tavanti causou comoção no Auê de Comunicação, evento destinado aos talentos dos acadêmicos do curso de Comunicação da UDC. A emoção tomou conta de quem esteve presente no auditório Elias Hauagge, a leitura emocionada arrancou lágrimas da autora e mostrou toda a sensibilidade do tema e a dor no momento da perda de um ente tão querido.

Lúcia emocionada presta homenagem a sua mãe





















MAMMA SON TANTO FELICE
PERCHE RETORNO DA TE              
LA MIA CANZONE TI DICE
CHE IL PUI BELGIORNO PER ME
MAMMA SON TANTO FELICE
VIVERE LONTANO PERCHE

Passado alguns anos(e aqui não importa “quantos” se passaram) ainda me lembro perfeitamente dessa música. Interior de Sao Paulo, a caçula de quatro irmãos, pais que sempre primaram pela boa educação, sendo que, todos nós estudamos em Colégio de padres. Padres Doutrinários vindos da Itália, que mantinham suas tradições, entre elas o aprendizado da língua italiana.Tudo isso para dizer que durante os doze anos vividos no colégio, impreterivelmente, essa era a canção italiana que dedicávamos em homenagem ao Dia das Mães.
Achar “engraçadinha”uma menininha de “maria-chiquinha” com fitas de cetim vermelha, saia pregueada e meias brancas até o joelho, que mal sabia falar corretamente a nossa língua (o que dirá outra) era até justicável.Porém, imaginem vocês leitores, uma adolescente, cabelos longos, escorridos (contrariando a mamãe, que dizia sempre para prendê-los), erupções cutâneas que teimavam em aparecer mais do que deveriam.Os sapatinhos de boneca, tinham dado lugar ao velho e bom “All Star”, a canção mais do que assimilada era cantada já no “piloto automático”; e mesmo assim observava a minha mãe se emocionar, como se fosse a primeira vez.
Não compreendia... e era eu que achava graça naquela cena.
- Entenderás minha filha, um dia entenderás, dizia meu pai.
Hoje, vendo meus filhos, já cada qual seguindo seus caminhos, tomando suas próprias decisões, lembrei-me de minha mãe, das suas angústias e preocupações na época, tão diferentes de agora. Acredito que as mães daquele tempo eram mais felizes que nós. Nossos corações vivem em constante sobressalto, ainda mais quando não temos mais a  prole sob nosso olhar atento. Cada notícia retratando a violência atual, cada telefone tocando de madrugada, faz com que nossos batimentos cardíacos entrem num descompasso perfeito. Pobres corações os nossos, como estão sendo requisitados!
Saudade minha mãe, do “bolinho de chuva”quentinho daquela tarde cinzenta e chuvosa. Me sentia protegida e acarinhada. Às vezes ainda quero seu colo, ainda quero lembrar-me de que sou filha também. Meus medos cresceram proporcionalmente; o “bicho papão” nao está mais debaixo da minha cama, nem em cima do telhado. Ele está nas balas perdidas, nos assaltos à mão armada, enfim; na violênica banalizada.
Continue orando todas as noites minha mãe. Não peço mais por mim, peço agora que ore pela segurança de seus netos; a sua prece tem mais valor que a minha!
- Venha comer os bolinhos antes que esfrie!
Consigo sentir o cheirinho bom que vinha da cozinha...
Se orgulhe minha mãe! Tirei uma boa nota na matéria: Maternidade! Dei o melhor de mim para fazer meus filhos pessoas dignas, confiantes e amigos acima de tudo. Como é bom vê-los juntos, abraçados, sorridentes.

 MAMMA SON TANTO FELICE

 VIVERE LONTANO PERCHE
Encontrei, ou melhor, reencontrei essa canção e ... chorei.
Hoje, eu entendo meu pai!

Autoria – Lúcia Helena Tavanti

2 comentários:

  1. Grande homenagem.Emocionante.

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  2. Coitada da mãe dessa perva, morreu de desgosto de ter criado uma filha que foi tirada do cabaré pelo marido! Quem sabe a vadia que ela é, não se comove com essa falsidade, veio do interior fugida, porque botava chifre no marido até com os garis, e devia pra cidade inteira,caloteiro, só tem pose...breguérrima!!!

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